Nova Visão sobre o modelo tectóno-estratigráfio das bacias costeiras de Angola
Palavras-chave:
Tectónica, Estratigrafia, Geodinâmica, Geofísica, BaciasResumo
Nas últimas décadas estabeleceram-se vários modelos tectóno-estratigráfios das bacias costeiras de Angola, no entanto, continuam a ser alvo de vários estudos sistemáticos, uma vez que existem ainda alguns aspectos controversos que precisam de ser clarifiados. Neste sentido, o presente trabalho tem como propósito contribuir para a reavaliação dos modelos tectóno-estratigráfios existentes. Um dos aspectos analisados baseia-se nos conceitos tectonofísicos propostos por McKenzie em 1978, os quais admitem um estiramento da litosfera e adelgaçamento da crosta e litosfera, durante a fase do rift. O presente estudo foi elaborado utilizando diferentes métodos geofísicos (gravimétricos, magnéticos e sísmicos). Os resultados obtidos levam a sugerir que a interrupção do adelgaçamento da crosta, induzida pela mudança do epicentro de tensão face à competência e composição das rochas, levou ao aparecimento de três zonas: 1) passiva (zona I), contendo a crosta continental extensa, incorporando as bacias do Congo e do Kwanza; 2) transformante (zona II), incorporando a crosta continental curta, fazendo parte as Bacias do Kwanza e de Benguela, 3) super-transformante (zona III), caracterizada pela crosta continental mais curta, compreendendo a Bacia do Namibe. Adicionalmente, sugere-se que as correntes telúricas de convenção no manto são, provavelmente, as responsáveis pelo aparecimento de pontos quentes, os quais, possivelmente, provocaram diferentes estágios tectono-estratigráfios.