Evolução metamórfia do complexo de base do Noroeste de Angola (Escudo do Maiombe): condições e idades do metamorfimo

Autores

  • Nsungani Claude Pedro Universidade Agostinho Neto
  • Cristina Rodríguez Universidade Agostinho Neto
  • Mucanza Gomes Universidade Agostinho Neto
  • Carla Marina Tunguno Universidade Agostinho Neto

Palavras-chave:

Evolução metamórfia, Escudo do Maiombe, Angola

Resumo

O estudo do metamorfimo do Noroeste de Angola foi realizado no domínio interno da Cadeia Quitexe–Caxito, onde as observações de campo demonstraram um aumento do gradiente metamórfio de Este para Oeste, tendo sido identifiados migmatitos na área entre Úcua e Caxito. Este trabalho teve como objectivos principais determinar as relações entre as paragéneses mineralógicas e as deformações, assim como, reconstruir as trajectórias de exumação das diferentes fases metamórfias, o que foi efectuado a partir da construção das trajectórias P-T-t de cada unidade (estudo geocronológico 40Ar/39Ar). Neste sentido, na região entre Quitexe-Úcua (zona Este da área de estudo) foram estudas três amostras, representadas por micaxisto e gnaisse a distena-granada-mica-estaurolite (08PC64, 08PC24 e 08PC31, respectivamente). A foliação é uniforme segundo a direcção N-S, enquanto a inclinação varia para Oeste (amostra 08PC24) e para Este (amostra 08PC31), estabelecendo claramente uma sinforma. Na zona Oeste foram
recolhidas duas amostras de gnaisse a silimanite, ricas em granada (08PC38 e 08PC39), e um migmatito a granada (08PC55), sendo a foliação segundo NO-SE e sub-vertical com o plano axial das dobras D2.
O presente trabalho permitiu estabelecer duas fases metamórfias sucessivas na região: a primeira paragénese (M1) corresponde à fase metamórfia principal, a qual encontra-se bem preservada na unidade oriental, sendo caracterizada pela foliação S1, com quartzo + granada + distena + estaurolite ± rutilo ± ilmenite. Os índices da reequilibração secundária (M2), apresentando condições de pressão e temperatura mais baixas, fiam limitados a um domínio específio, sendo evidenciados pela deformação D2 (xistosidade de crenulação). Na unidade ocidental, o segundo episódio metamórfio é dominante e contemporâneo do redobramento da foliação principal S, a qual é acompanhada pelo desenvolvimento da foliação do plano axial S2.

Publicado

2023-10-20

Como Citar

Claude Pedro, N., Rodríguez, C., Gomes, M., & Tunguno, C. M. (2023). Evolução metamórfia do complexo de base do Noroeste de Angola (Escudo do Maiombe): condições e idades do metamorfimo. Revista Angolana De Geociências, 2(1), 186–198. Obtido de http://revista.cicga-uan.co.ao/index.php/RAG/article/view/18

Edição

Secção

Artigos